Hoje vamos falar sobre desperdícios de alimentos, uma ocorrência frequente e preocupante. Vamos tentar entender um pouco e nos conscientizar.
Alguns dados:
Segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e a Agricultura (FAO), 54% do desperdício de comida no mundo ocorrem nas etapas iniciais de produção, na manipulação, após a colheita e na armazenagem. Os restantes 46% de perdas ocorrem nas etapas de processamento, distribuição e consumo.
Os países que mais sofrem com as perdas durante a produção agrícola são os em desenvolvimento, em contrapartida o desperdício na distribuição e consumo tende a ser maior nas regiões de renda e elevada, correspondendo a 39% do desperdício.
O DESPERDÍCIO DE ALIMENTOS
NO BRASIL
O Brasil é o quarto produtor mundial de alimentos (Akatu,
2003), produzindo 25,7% a mais do que necessita para alimentar a sua população
(FAO). De toda esta riqueza, grande parte é desperdiçada.
Segundo dados da
Embrapa, 2006, 26,3 milhões de toneladas de alimentos ao ano
tem o lixo como destino. Diariamente, desperdiçamos o equivalente a 39 mil toneladas por dia, quantidade esta
suficiente para alimentar 19 milhões de brasileiros,
com as três refeições básicas: café da manhã, almoço e jantar.
De acordo com o caderno temático “A nutrição e o
consumo consciente” do Instituto Akatu (2003), aproximadamente 64% do que se
planta no Brasil é perdido ao longo da cadeia produtiva:
·
20% na colheita;
·
8% no transporte e armazenamento;
·
15% na indústria de processamento;
·
1% no varejo;
·
20% no processamento culinário e hábitos
alimentares.
Outro fator relacionado ao desperdício e são as consequências ambientais, segundo a FAO quanto mais tarde um produto alimentar se perde na cadeia alimentar, maiores são as consequências ambientais, já que o custo inicial da produção devem ser adicionados aos custos ambientais incorridos durante o processamento, transporte, armazenamento e utilização.
Quase 30% das terras agrícolas do mundo são utilizadas em vão. A FAO em seu relatório intitulado "A pegada do Desperdício Alimentar", estima que a emissão de carbono dos alimentos desperdiçados equivale a 3,3 bilhões de toneladas de dióxido de carbono por ano.
Se o desperdício de alimentos fosse um país, seria o terceiro maior do mundo, depois da China e dos Estados Unidos, sugerindo que um uso mais eficiente dos alimentos poderia contribuir substancialmente para os esforços globais para reduzir as emissões de gases do efeitos estufa e diminuir o aquecimento global.
Campanha Mundial
Objetivo da campanha: incentivar ações mais sustentáveis entre consumidores.
Atitudes simples como elaborar receitas criativas para utilizar alimentos esquecidos na geladeira ou prestar atenção à data de validade dos produtos para consumi-los no prazo, podem ajudar a reduzir 1,3 bilhão de toneladas de comida desperdiçadas a cada ano no mundo.
Ações como essas serão incentivadas pela campanha global “Pensar. Comer. Conservar. Diga não ao desperdício”, lançada pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
A iniciativa é voltada especialmente aos consumidores, comerciantes e membros das cadeias produtivas da gastronomia e da hospedagem.
No site (www.thinkeatsave.org) é possível encontrar dicas simples de como evitar desperdícios, reduzir impactos ambientais e poupar recursos. Os internautas podem ainda trocar informações sobre o tema, incentivando assim a cultura global do consumo sustentável.
Para pensar:
O que podemos fazer para melhorar esse desperdício, afinal quantas pessoas passam fome no mundo? O que fazer para melhorar o sistema? E o nosso próprio desperdício?
Africa
Beijão Até a próxima!
Laís Mendes Oliveira
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